Em Gaza, morre-se de fome!
Nesta última crónica antes das férias de verão, quero falar da fome. Da fome em Gaza. E do genocídio, sim, esta é a palavra, o genocídio que está a ocorrer no Médio Oriente. São crianças, algumas bebés, idosos, famílias inteiras que estão a morrer por falta de comida e cuidados de saúde.
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Crédito da Foto: Freepik (Uso Gratuito) |
Chegam testemunhos, via agências internacionais, que dão conta de relatos dramáticos de pais que estão a assistir à exaustão dos filhos por falta de alimentos. No terreno, os ataques continuam, incessantes. E, pela primeira vez, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, crianças anteriormente saudáveis estão a morrer de subnutrição no principal centro de emergência pediátrica de Gaza.
Aqui, no Ocidente, não há palavras para descrever o que sentimos ao ver diariamente estes relatos. Que líderes mundiais são estes? Que comunidade internacional responsável é esta que está sentada, em lamúrias vãs, ante esta atrocidade gratuita?
Não aceito e nunca aceitarei que, mesmo debaixo de bombas, não se permita alimentar as pessoas. Ou a intenção é mesmo essa: aniquilar um Povo, um Estado, uma Faixa? Espero estar enganada, mas parece-me que estamos no início de uma espiral de morte da população palestiniana.
Entretanto, na semana passada, Emmanuel Macron, anunciou que a França vai reconhecer, em setembro, o Estado da Palestina na ONU. Por cá, nem um sinal de que Portugal fará o mesmo, tristemente, incredulamente. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, limita-se a dizer que estamos abertos ao reconhecimento, mas que somos soberanos e que a nossa política não é definida por outros Estados. E que tal, senhor Ministro, estar do lado certo da História? Seria um bom começo ante os crimes de Gaza. Mas, como continuamos reféns dos líderes deste Mundo, há que continuar a assimilar o genocídio no Médio Oriente. Como? Não sabemos. Apenas que uma morte já é suficiente para acabar com a apatia de quem manda.
Uma última palavra aos nossos leitores, para lhes desejar umas boas férias e que possam retemperar energias num mundo cada vez mais complexo!
Crónica/Podcast de 28 de julho na Antena Livre. OUVIR.
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