'Operação Marquês': José Sócrates igual a si próprio (e isso não é mau)

Fonte: retirado do site do Jornal Público

O julgamento da 'Operação Marquês' será um dos mais difíceis para a Justiça Portuguesa. Por várias razões, mas acima de tudo, porque o seu principal arguido (José Sócrates) blindou a sua defesa como poucos neste País. 

Por um lado, tem/teve capacidade financeira para tal e, por outro, consegue a proeza, pelo seu perfil político e pessoal, de se defender de forma exímia. Falamos de um processo que coloca na barra do tribunal, pela primeira vez na história democrática de Portugal, um ex-primeiro-ministro, julgado por corrupção. 

12 anos depois do seu início, é no julgamento que José Sócrates se pode finalmente defender. E, violações de segredo de justiça, recursos e mais recursos e um rol de prescrição de crimes depois, eis o animal, político, no seu esplendor. 

Quer queiramos, quer não, este não será um julgamento justo (por todo o histórico público até aqui), mas será pelo menos um julgamento que terá o seu desfecho. Nem que isso demore mais 10 anos. Na barra, Sócrates, a avaliar pelas sessões, vai defender-se até ao fim. Com tudo o que tem e não tem. E isso, é o mínimo, que se espera de um cidadão acusado de tantos e tão graves e alegados crimes. Chegou finalmente, a hora da sua defesa. O resto, o resto, ditará a Justiça e aquilo que o destino tiver já escrito. 

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