Era, à partida, um debate que se antevia morno. E foi, ainda que, aqui e ali, os esforços de vivacidade de um e outro pudessem dar de si. O duelo Gouveia e Melo e Jorge Pinto foi tudo menos vivo, com dois outsiders que estão a percorrer o natural caminho das pedras políticas.
Valeu pela irritação do Almirante quando lhe perguntaram o que pensa do apoio de José Sócrates à sua candidatura. O Almirante ainda não aprendeu que a política não é como estar nos quartéis a exercer essa tão maravilhosa disciplina de comando. A sua irritação prova, em meu entender, precisamente o contrário, é que Gouveia e Melo não se descola de alguns vícios da profissão que exerceu durante décadas. Na política e no mais alto cargo da Nação isso é mortal. Em Belém, é preciso um perfil de equilíbrio, consensos e, acima de tudo, de paciência. Coisa que Gouveia e Melo tem dificuldade em conseguir. Mas, como em tudo na vida, a mudança está à distância da nossa vontade. Será que conseguirá?
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