O Governo convidou o juiz desembargador Carlos Alexandre para liderar a nova Comissão de Combate à Fraude no Serviço Nacional de Saúde. Com um mandato de três anos e um salário de 6100 euros por mês, o magistrado vai analisar desperdícios e ilícitos financeiros e criminais. O objetivo é poupar 800 milhões de euros.
Não está em causa a necessidade de combater a fraude do SNS, com desvios de dinheiro e situações que não podem acontecer, sobretudo num setor que precisa de gestão eficiente como de pão para a boca.
Nos últimos anos sucederam-se casos e mais casos que nos deixam a todos atónitos. Falamos do maior bem público que temos. Um bem essencial à vida dos portugueses, e que para muitos é a única tábua de salvação que têm no fim de linha.
A questão que coloco é só uma: por que razão se escolhe um juiz para exercer um cargo de gestão numa área completamente distinta da sua? Além disso, qual o objetivo político do Governo de Luís Montenegro com esta escolha? Que meios irá ter, quando tantos na mesma linha de cargos, se queixam constantemente da falta de meios?
Recordo que tivemos o MENAC – o Mecanismo Anti-Corrupção durante três anos inoperacional, sem meios, e que não produziu quaisquer efeitos ou resultados. Veremos o que fará o super juiz no combate à fraude no SNS. Espero apenas que não seja uma montanha que vai parir um rato. E além disso, o facto de aceitar o cargo também pode dizer muito daquilo que Carlos Alexandre quer para a sua exposição mediática! Mas isso, claro está, já são outros quinhentos!
*Podcast de 1 de dezembro de 2025, na Antena Livre. OUVIR.

Comentários