2011: o ano do resgate.

2011 está a chegar ao fim. Como não podia deixar de ser, Platonismo faz um balanço político do ano que agora finda. E, confesso, a coisa, este ano foi longa...e penosa. O destaque vai, claro está, para a entrada do FMI em Portugal e no pedido de ajuda externa do Governo português. A demissão de José Sócrates na sequência deste facto já previsível, muito antes até de ocorrer, marca claramente um dos momentos mais relevantes do ano. Mas comecemos pelo princípio. Em Janeiro, Cavaco Silva revalidava o mandato em Belém, pela segunda vez. Em Março, José Sócrates pedia ajuda financeira e demitia-se. Nas ruas, a Geração à Rasca manifestava-se numa onda de movimentação nunca vista nos últimos anos em Portugal. E sem cunho sindical. Um feito. Em Junho, Pedro Passos Coelho era eleito Primeiro-Ministro de Portugal, num ambiente político, económico e social deveras débil. Pela primeira vez, cumpria-se o sonho de Francisco Sá Carneiro: Um Governo, uma Maioria, um Presidente. Só não o foi nos moldes ideológicos desejados pelo antigo primeiro-ministro. Setembro marca o verdadeiro bailinho da campanha eleitoral na Madeira (onde ficamos todos a saber que o buraco insular rondava os 6.3 mil milhões de euros) e que levaria novamente à cadeira da presidência do Governo Regional, Alberto João Jardim. Sem surpresas, claro está.  Começava assim um mês de Outubro que se viria a revelar bem quente. E a temperatura, de Verão, para esta altura do ano, subiu ainda mais, quando o novo ministro das Finanças, o desconhecido Vítor Gaspar, anunciava ao país as linhas mestras do Orçamento do Estado para 2012 - o pior e mais difícil da história do país. Os portugueses começavam, finalmente, a acordar para a vida. A austeridade era a palavra de ordem, sem retorno, e para consumir com excesso imposto. Os subsídios de férias e Natal até 2013 anunciavam greve dos bolsos dos portugueses. Novembro é o mês que marca a Greve Geral, organizada pelas duas maiores centrais sindicais - UGT e CGTP. Neste mesmo mês, chegavam as restantes medidas de austeridade do ano. Em força e em massa, que o Governo quer portar-se como um bom aluno perante a Troika que nos financia. Mais coisa menos coisa, o retrato político está feito. Mas ainda falta muito para lembrar deste ano que ficará marcado para a História nacional como o 'Ano do Resgaste'. Platonismo Político irá eleger, nos próximos dias, as figuras do ano, da Nação delapidada.

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