A estupidez sindical deste país bateu mesmo no fundo.

 
«A polícia não tem competência para a interpretação da lei da greve. É aberrante!». Carvalho da Silva, líder da CGTP. Eu tentei, ao longo de todo o dia, conter-me e evitar comentar os maiores disparates que vi e ouvi. Mas esta fez-me saltar a tampa da paciência. A polícia, Dr. Carvalho da Silva, está a trabalhar (e caso não saiba, não tem, constitucionalmente, direito à greve). E, provavelmente, muitos desses profissionais, gostavam tanto ou mais do que o senhor, de fazer greve porque, infelizmente, não ganham os milhares de euros que o senhor leva para casa mensalmente. Quem quiser que reflicta nas palavras de um dos principais líderes sindicais do país. Fez-se Greve Geral. De forma Livre. Mas perder o respeito pelo outro - pela sua liberdade - é a maior prova de défice democrático que se pode demonstrar.

Comentários

Anónimo disse…
Não percebeu nada do que ele disse, pois não? um comentário

Completamente ao lado do conteúdo da frase do secretário-geral da CGTP.
Ana Clara disse…
Se eu não percebi, esclareça-me, caro anónimo, mas já agora agradecia que se identificasse também... é que gosto de falar com pessoas que tenham rosto e não com fantasmas como era antes do 25-A, em que o medo de assumir as coisas infelizmente estava presente por cá...
Anónimo disse…
Experimente ver até ao fim os diálogos entre os piquetes de greve e as polícias e de como as polícias impedem os piquetes de falar com as pessoas, forçando serviços mínimos que não foram decretados por exemplo pela câmara de oeiras. é disto que carvalho da silva falava.

o meu nome pode tratar por nuno, mas não mais não digo, que sim, acho que em portugal não se pode falar livremente a não ser que se seja próximo dos patrões.
Ana Clara disse…
Caro «Nuno», eu nunca fui nem sou próxima de nenhum patrão. Sou e tenho pensamento livre, na diferença que me separa daqueles que podem discordar de mim. Mas fico triste que, no «meu» tempo ainda haja medo das palavras. Mas isso cabe a cada um decidir.

Quanto aos vídeos dos piquetes e a outros de violência que hoje tive oportunidade de ver e que se registaram no dia de ontem, condeno, veemente, todos os actos das forças de segurança que influenciaram o incitamento ao caos. E que sejam punidos, disciplinarmente, e com consequências tão justas quanto a gravidade dos eventuais actos que cometeram.

Mas também recordo – que muitos parecem esquecer nestes momentos – que está consagrado na Lei a permissão de agentes à paisana das forças de segurança junto dos movimentos, grupos ou forças sindicais, etc., que se organizem, de forma ordeira, na via pública, como forma de protesto ou luta por qualquer objectivo. Manter a ordem pública é a função desses agentes. Se houve, dentro das polícias, quem ultrapassou esse estrita função, que seja punido, como já disse.

Quanto ao resto são diferenças de visão e opinião, que devem ser respeitadas por quem está do outro lado da barricada. O problema neste país é a cada vez maior incapacidade de convergir na diferença.

Com os melhores cumprimentos,

Ana Clara
Anónimo disse…
Foi à acção policial impedindo a acção de piquetes como esse que Carvalho da Silva se referiu.

E há demasiados rumores sobre a existência de polícias agentes provocadores dentro das manifestações, inclusive filmadas e publicadas em blogues como o 5 dias ou o arrastão.

Descontextualizar uma frase do Carvalho da Silva é fazer o jogo de quem prevarica.

nuno

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