Chocante.


Comecemos pelo facto: a descida do salário mínimo nacional (485 euros brutos) de 431,65 euros para 397,7 euros. Isto sim é chocante. E se há coisas que posso entender, esta, é daquelas que me fazem deixar de acreditar que estamos no caminho certo. Ontem não nos disseram mas hoje está claro: o salário mínimo vai descer de forma brutal pela primeira vez na história. E se me choca que Portugal não aposte na política dos salários - enquanto não tivermos tabelas salariais competitivas, não saímos disto - choca-me mais saber que todos serão tratados de igual modo. Um trabalhador que ganha cinco mil euros por mês é tratado na mesma medida que um desgraçado que ganhe o ordenado mínimo. Brilhante. Merda para isto tudo. Merda para o desmoronar de gente que é incapaz de dizer 'Não' aos credores.

Comentários

Anónimo disse…
o facto de não chocar que Portugal não suba os salários só mostra como se anda ofuscado pelo discurso da finança sempre ganhadora. Cada admiração deste povo podia ser evitada se ouvisse mais perspectivas e deixasse de acreditar no que lhe dizem os do costume.

Falharam e falham em toda a linha, catequisados pelos dos jornais e das televisões. Houve quem não falhasse e há muito tenha avisado o que aí anda (não, não foi o psicótico medina carreira, e nem é preciso ir à esquerda séria, basta o ferreira do amaral) e foi afastado da opinião publicada e ridicularizado.

Ana Clara disse…
verdade ;(
Anónimo disse…
O que está mal é que se continua a acreditar que esta é a unica solução para a crise financeira. Não haver+á ninguém que coloque as questões na devida ordem? Aonde estão os economistas e politicos sérios? A questão da divida é simples - o que se deve no total e por parcelas. No fundo aonde foi e é gasto o dinheiro de todos nós. A questão de que se gasta muito no estado social é outra falácia. No fundo qual é a função do estado? Regular e distribuir.Tentar equilibrar as forças da sociedade.
Quanto é que o estado gastou com a banca e quanto é que isso pesou e pesa no desiquilibrio financeiro? NO fundo há que simplificar as questões e torná-las claras para que o comum dos mortais possa fazer um racicinio claro sobre as suas opções enquanto interveniente nesta grande roda que é a democracia. O memorando até que ponto e em termos técnicos é exequível? Quanto tempo e que ferramentas para que haja equilibrio das contas publicas? E as contas publicas são só o deficite ou também são os investimentos? E aquilo que cada vez mais é uma evidência - a credibilidade dos actores politico- governo, oposição? Qual a dimensão quer humana, quer politica de quem nos governa? As eleições conferem a legitimidade do partido vencedor formar governo e só é esta a legitimidade conferida pelo acto eleitoral. Querer que esta legitimidade se estenda á governação é negar aprópria democracia. A legitimidade da governação é adquirida todos os dias nos actos da governação que se encontram no cumprimento das promessas eleitorais que foram escurtinadas no acto eleitoral. A democracia como a sociedade são dinâmicas na sua essência e os cidadãos que adquirem a capacidade de escurtinar os partidos no acto eleitoral não podem deixar de escurtinar os governos durante a sua legislatura.
Nuno disse…
Escrutinei.
Estes tipos estão a brincar conosco.
Admito que é preciso cortar. Que nos ia e vai doer. Nao andava a dormir como o 1o comentador acusa. Nao. Mas uma coisa é cortarem. Outra é roubar.
Tsu a sair do bolso do trabalhador? Para que? Quem ganha?
Como é que podemos admitir que esta medida chegue ANTES da extinção das fundações, da negociação das ppp? Fechem as estradas sem carros. Fechem o CCB. A RTP. Toda a mama.

Temos que ir para a rua. Temos que parar de aceitar esta merda. Chega.

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