Marcelo e Greta Thunberg: do 8 ao 80, em Belém o desnorte soma e segue


Marcelo Rebelo de Sousa, como há muito o penso e recentemente escrevi, perdeu a noção de muita coisa. E começa a dar sinais (graves) disso.

Num momento em que a ativista Greta Thunberg passa por Lisboa esta terça-feira rumo a Madrid - para a Conferência do Clima que começou esta segunda-feira -, o Presidente da República demite-se de se encontrar com a jovem sueca, argumentando que não quer que tal seja visto como um "aproveitamento político".

Quer se queira quer não, Greta assume-se hoje como uma figura mundial na luta contra as alterações climáticas, meta que Portugal, desde cedo abraçou, e bem.

Se há momento em que o Presidente de um país pode e deve receber e cumprimentar uma figura como Greta, é este. E Marcelo, de forma populista, falha nessa básica função. Função essa, que eu gostava que exercesse. 

Pelo contrário, nos últimos anos, o Presidente fez questão de marcar presença em tudo o que "mexia" - desculpem-me a expressão. Para Marcelo, as prioridades deixaram de ser tudo e passaram a ser nada. 

Chateia-me mais ainda que em Belém, a sua grande e estimada equipa de assessores não obrigue Marcelo a ver o que agora prefere fingir não ver. 

Não podemos passar do 80 para o 8 num ápice, somente porque a sociedade obrigou o Presidente a perceber que foi longe demais nas escolhas que optou por fazer.

Para Marcelo, as prioridades deixaram de ser tudo e passaram a ser nada

Estou convencida de que o tiro no pé que deu recentemente no caso do bebé atirado para o lixo contribuiu, em muito, para o Chefe de Estado virar a agulha no seu comportamento institucional.

No caso de Greta, faz mal, tendo em conta que Marcelo Rebelo de Sousa tem apoiado a causa climática em Portugal. 

Mais uma vez, a ação fica para o Presidente que, há muito, defraudou as expectativas de (alguns) portugueses que o elegeram. 


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