𝟭𝟴 𝗱𝗲 𝗮𝗯𝗿𝗶𝗹: 𝗼 𝗱𝗶𝗮 𝗱𝗮 𝘃𝗶𝗱𝗮 𝗲 𝗱𝗮 𝘀𝗮𝘂𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗶𝗻𝗳𝗶𝗻𝗶𝘁𝗮
Hoje celebramos (também) o 𝗝𝗼𝗿𝗻𝗮𝗹𝗶𝘀𝗺𝗼 na sua forma mais pura e com o legado certo. No lugar que lhe é devido.
"Ter um destino é não caber no berço onde o corpo nasceu, é transpor as fronteiras uma a uma, e morrer sem nenhuma". É com Miguel Torga que começo este texto, um texto que te evoca, que te mantém em mim, como se nunca tivesses partido.
Neste 18 de abril, celebramos a vida, a tua, a nossa, a de todos aqueles que marcaste de forma intensa. Há dias melhores que outros, o tempo é um antídoto que vai curando, aqui e ali, a ferida maior da ausência que deixaste nas vidas de todos nós.
Hoje, neste 18 de Abril saudoso, refletem-se em mim as cores de sempre. As gargalhadas de todas as eternidades. Os anseios de todas as horas, num fio de esperança que nunca deixas esmorecer em nós.
Quase 13 anos sem ti. Uma década lenta. Tortuosa. Contada em cada segundo de saudade crescente. É demasiado tempo para construir um universo de saudade. E tempo a menos que não pude ter contigo. Mas os últimos anos também foram de partilhas, de anseios, de felicidade. Todas elas contigo presente. Nas manhãs mais coloridas, nas tardes tempestuosas, nas noites de decisões, nos meses e anos negros e nos mais desafiantes também. Decerto que nos gritas desse lado palavras de esperança, melodias de entusiasmo, forças para combater as dificuldades. Se estivesses aqui connosco, sei-o, serias o primeiro a lutar contra os vírus mais graves que esventram a sociedade em que sobre(vivemos).
Nos jardins onde passeias há raízes que crescerão sem prazo para despontar. A luz que me deixaste continua a ser o farol da minha viagem. É o ponto que me orienta em cada travessia. Lá longe, no infinito do nosso abraço, haverá sempre a voz do meu desassossego, a voz do meu mestre, a voz do meu amigo. A mesma que me sopra ao ouvido desde o dia em que te conheci. A mesma que me mantém serena depois da tempestade. Quase 13 anos depois é muito tempo. O mesmo tempo que será sempre demasiado para calar a saudade.
Como dizia Confúcio, “a morte não é a maior perda da vida. A maior perda é o que morre, dentro de nós, enquanto vivemos”. E se há certeza inabalável é a de que isso nunca acontecerá nos corações daqueles que tocaste. Assim te lembrarei sempre, todos os dias que me restam, todos os suspiros que ainda me permitirem. Fazes hoje 79 anos. E este é um número que me faz lembrar apenas uma coisa. A vida. A tua. A nossa. À nossa!
🌹 𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 𝗣𝗶𝗻𝘁𝗼 𝗖𝗼𝗲𝗹𝗵𝗼 (18 de abril de 1944 - 15 de dezembro de 2010) 🌹
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