Os extremos
Hoje quero falar de algo que cada vez mais me incomoda. Falo dos extremos. E da crítica que vem à tona a toda a hora, sobre tudo e nada.
Atualmente, dizer o que verdadeiramente se pensa, sobretudo em temas sensíveis, pode ser mortal. Se não tivermos a mesma opinião que a maioria, somos condenados ou cancelados, como agora por aí se diz.Foto: Pixabay
As novas gerações e o avanço democrático, social e tecnológico impuseram uma nova ordem social: ou estas comigo ou estás contra. Não há cá meios termos nem tolerâncias.
Qualquer pessoa de bem, tem de estar do lado certo da vida. Em todas as suas dimensões. Mas ai daquele que ouse ir contra a corrente e ter uma opinião diferente. É crucificado nas redes sociais do momento, é queimado em praça pública sem dó nem piedade, e está refém de uma falta de humanidade alheia brutal.
Ser de esquerda ou de direita, por exemplo, devia ser apenas só isso. Temos o direito de discordar, mas, acima de tudo, o dever de respeitar. Desde que a opinião do outro não ponha em causa nem a dignidade humana nem o respeito pelo indivíduo.
Não sei que sociedade nova é esta. Mas sei que me adapto. Porém, é extremamente desagradável perceber que estamos todos cada vez mais intolerantes à diferença, aos que pensam diferente de nós, aos que não têm medo. Isto não é bom. Porque, não duvido, estamos a castrar a liberdade em nome da imagem e da ilusão criadas nesta nova sociedade que vive da validação.
Nunca como hoje foi tão urgente o combate à intolerância. Está em cada um de nós essa resistência. Façamos com isso o que quisermos. Mas nunca, nunca mesmo, nos deixemos toldar pelo medo!
Podcast/Opinião de 10 de fevereiro de 2025, na Antena Livre. OUVIR.
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