Muro de Berlim: 36 anos depois e tantas barreiras por derrubar

Este domingo comemoraram-se os 36 anos da queda do Muro de Berlim. Naquele gélido Novembro de 1989 eu tinha apenas oito anos. Mal sabia distinguir a Europa do resto do Mundo. Na pele de criança que vivia uma infância no Interior do País jamais naquele tempo eu saberia que o Mundo acabava de colocar termo a uma Guerra Fria que durou demasiado tempo. 

Foto: Michael-Reiner Ernest

A primeira pedra daquele que ficou conhecido como Muro da Vergonha havia de cair por terra a 9 de Novembro de 1989. Hoje, em 2025, e no momento em que a Europa vive uma crise de valores, de destino e de futuro, há uma nova Guerra que está cada vez mais silenciosa. A começar no coração da própria Alemanha e a terminar nas tensões entre Ocidente e Rússia. 

A busca de diálogo, de confiança diplomática e de caminhos paralelos que a queda do Muro de Berlim significou há 36 anos perdeu-se. Hoje tudo isto está em causa. E está em perigo, sobretudo com a Rússia de Putin, arrastando uma Europa inteira para a fraqueza nos palcos internacionais. Do outro lado do Atlântico há outros muros, duros, incompreensíveis. 

Ao contrário dos muros derrubados há 36 anos, hoje há novas e diferentes muralhas para derrubar. Muros que se erguem da Catalunha à Ucrânia, do Médio Oriente aos EUA, da América Latina a África. A crise económica, que atingiu o coração das velhas democracias europeias, colocou à tona as fragilidades do poderio da Europa central, mostrou em como o projeto europeu, em pouco ou nada saiu do papel. 

Que despontem novos líderes, novas correntes e novas esperanças que nos alimentem o sonho de deixar às gerações futuras um Mundo sem barreiras onde povos e sociedades coabitem em diálogo, cooperação, humanismo e justiça. Acima de tudo é um novo século de Luzes que a Velha Europa precisa. A História não se repete, é certo. Mas a distância entre o esquecimento e a arrogância é curta. Daí ao abismo é um passo.

Viva o 9 de Novembro. Sempre!

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