PS em coma semi-profundo até às legislativas

Fonte: Sol.
Para todos aqueles que vaticinavam a derrota da social-democracia numas eleições que já se previam pouco participadas, a grande vitoriosa, já o sabíamos, foi a famigerada abstenção. Mas, há três, quatro conclusões a retirar destas europeias 2009.
1) o crescimento da esquerda à esquerda do PS. No caso do Bloco, os resultados desta noite são perigosos, já que o crescimento da extrema esquerda não augura nada de bom num futuro a prazo. Com uma CDU cada vez com menos peso eleitoral, apesar de ter crescido eleitoralmente, os bloquistas sabem bem explorar o voto útil, não só do PS, castigado pela governação, como de um PCP longe dos tempos de Cunhal e Carvalhas.
2) No PS, José Sócrates pagou caro a factura de ter lançado para a Europa um cabeça-de-lista que está fora das lides partidárias e que é tudo menos um político. Vital Moreira provou, nesta campanha, que é anti-PS e anti-europeu. Pagou o custo mediático e, tão cedo, não voltará a meter-se nestas andanças.
3) O CDS nem aqueceu nem arrefeceu. Manteve os dois eurodeputados que já tinha alcançado em 2004. Só mudam os rostos: Nuno Melo e Diogo Feio substituem Ribeiro e Castro e Luís Queiró, caras já gastas numa Europa também ela doente.
4) Quanto ao PSD, o partido que obteve mais votos e mais deputados, não deve entusiasmar-se com a vitória de hoje. O resultado é importante para Manuela, que pacifica as quezílias internas e dá o pontapé de saída para um caminho longo rumo às autárquicas e às legislativas. A avaliar pelo que vimos hoje, os socialistas não terão tempos fáceis pela frente. Já sabemos que no poder local, o mapa é laranja e que, tal como disse Marcelo Rebelo de Sousa, hoje jogaram-se as primárias das legislativas de Outubro. E se o PSD ganhou as europeias desta noite muito à custa do voto de protesto contra o Executivo rosa, a verdade é que se houver inteligência e juízo pela São Caetano, os tempos de poder dos socialistas têm os dias contados.

P.S. - Uma nota presidencial. Esta não é a noite de Belém, mas Cavaco deverá dormir um sono tranquilo. É que estes resultados, sabe-o o PR, são de tamanha importância para o maior partido de oposição. Já sonhará Cavaco no longínquo termo «um Presidente, uma maioria»?. Apostamos que sim.

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