«Campanhas sujas»

 «Sempre houve enormes suspeitas relativamente ao financiamento das campanhas eleitorais. Com a nova legislação, recentemente promulgada, será pior. Temos a certeza de que correrá dinheiro sujo e a rodos, em todas as eleições. A nova lei tem uma só vantagem: diminui as dotações públicas às campanhas eleitorais por três anos, como se impõe em tempos de crise. Quanto ao resto, o novo diploma constitui uma galeria de horrores. Começa por permitir que os candidatos financiem as campanhas dos seus próprios partidos. Doravante, iremos assistir a autênticos leilões de lugares nas listas para o Parlamento, em que o mandato será licitado por quem fizer o maior donativo. Com esta possibilidade, e como o próprio presidente Cavaco reconhece, "é potenciado o risco de, por via indirecta, um candidato fornecer a um partido contribuições financeiras que haja obtido junto de terceiros, sem que exista possibilidade de controlo formal desta realidade". Os critérios de selecção dos deputados para integrarem as listas já eram misteriosos. Mas esta nova modalidade ultrapassa a mais bizarra imaginação. E há pior! A pretexto de diminuir as despesas, a legislação agora em vigor permite também que haja donativos indirectos ou em espécie».

Paulo Morais. JN. Artigo na íntegra AQUI.

Comentários

Sofá Amarelo disse…
Iremos ter deputados tipo senadores nos EUA, quem tem mais dinheiro e poder 'compra' mais poder. E já é um pouco assim... a não ser que nós, não votemos, aí tudo se modificaria!
Ana Clara disse…
Temos um país dominado pelos constrangimentos de cunhas, compadrios e boys...e isso sim é um entrave a muita coisa. Mas é apenas a gota no oceano da desgraça do Estado.