Quando a morte nos espera

As famílias da equipa que permanece desde 11 de Março - dia do terramoto seguido de tsunami, no Japão - na central nuclear de Fukushima foram aconselhadas a não falar sobre o impacto que terá na saúde dos seus familiares a exposição a elevados níveis de radiação para não adensar o pânico. Mas 20 dias depois do desastre são os próprios trabalhadores - baptizados «Fukushima 50» (turnos rotativos de 50 pessoas a partir de um universo total de 300) - que começam a usar a internet, blogues e redes sociais para desabafar. Todos sabem que vão morrer a curto prazo, fruto da radioactividade presente no ar e na água, ou a médio prazo, devido a doenças oncológicas. Tal como aconteceu em Chernobil, em 1986. «É inútil chorar. Se estamos no inferno, só nos resta trabalhar para chegar ao céu», confessou um dos trabalhadores por estes dias. Isto sim é dramático e desesperante.

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