Demagogia começou cedo no dia D
Prometi a mim própria que não escreveria nada até hoje. Mas o dia amanheceu demagógico antes mesmo das declarações sempre moralistas em dias de eleições. Ontem, pela primeira vez, na vida democrática deste país, um Presidente da República decidiu fazer uma declaração ao país, apelando massivamente ao voto. Cavaco Silva diz também que quem não votar neste acto eleitoral «não tem legitimidade para criticar acções do futuro governo». Eu, aqui, assumo: NÃO VOU VOTAR. Pela primeira vez, na minha vida democrática, optei, conscientemente e ponderadamente por não exercer um direito que, para mim, é sagrado. Nada mais triste para uma cidadã que chega à triste conclusão que estas eleições eram escusadas, que o país não merecia estar em suspenso nos últimos meses, e que não tem opção ideológica/partidária nestas eleições. Enquanto cidadã, nem eu nem nenhum outro português, merece ser «avisado» desta maneira tão demagógica. O que é triste é termos chegado à falência de um sistema político na mesma altura que o país bateu no fundo.
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