Portugueses. Façam-se à vida e deixem-se de lamúrias!

«Sim, o número de inscritos nos Centros de Emprego vai aumentar». A frase é do Primeiro-Ministro e assumida esta manhã no debate quinzenal no Parlamento, a propósito dos abusos que existem na atribuição do Rendimento Social de Inserção, e que se estima, vão originar o aumento de 60 mil beneficiários nas listas dos Centros de Emprego. Pois que aqui, estou plenamente de acordo com Pedro Passos Coelho e com a medida que vem disciplinar este subsídio. Quantos portugueses activos estão a receber o RSI, num caminho que os adormece e, muitas vezes, sem procura activa de trabalho? Que me desculpem, mas a sensibilidade social também passa por aqui, e se o Estado está cá para ajudar quem realmente não pode e precisa de ajuda, também tem o direito de exigir responsabilidades a quem tem de lutar por si próprio. E, para os outros, nós, os que temos trabalho, mas que nunca dependemos do Estado nem de subsídios e tivemos (e temos) de nos fazer à vida, é um sintoma de que não andamos a trabalhar para «gente preguiçosa». Pois que «sim, os inscritos nos centros de emprego vão aumentar». Paciência, lutem por vocês, porque o Estado não tem obrigação de viver a vossa vida.  

P.S. - Tenho legitimidade para falar, nunca tive ajudas do Estado sempre que fiquei desempregada, tendo em conta que o recibo verde sempre foi meu companheiro de andanças laborais. Inscrevi-me no Centro de Emprego, em 2005, quando fiquei pela primeira vez desempregada. Três anos depois, recebia uma chamada para saberem como estava, se estava ainda desempregada. Repito. Três anos depois. É por isto que concordo plenamente com este rigoroso critério de atribuição de subsídios. Façam-se à vida e deixem-se de lamúrias.