MEC.


A Carta a Deus, de MEC, no Público: «Deus, Bem avisaste que eras um Deus invejoso e vingativo. Também sei que Job era um caso-limite: uma ameaça do que eras capaz. Nem eu nem a Maria João temos um milésimo da obediência e da resignação de Job. E castigaste-nos menos. Mas foi de mais. De certeza absoluta que nos amamos mais um ao outro do que te amamos a Ti. Sabemos que isto não está certo. Mas foste Tu que nos fizeste assim. Admite: deste-nos liberdade de mais. Foste presunçoso: pensaste que Te escolheríamos sempre primeiro. Enganaste-Te. Quando inventaste o amor, esqueceste-Te de que seria mais popular entre os seres humanos do que entre os seres humanos e Tu. Por uma questão de tangibilidade. E, desculpa lá, de feitio. Tu, Deus, tens o pior das arrogâncias feminina e masculina. Achas que só existes Tu. Como Deus, até é capaz de ser verdade. Mas, para quereres ser um Deus real e humanamente amado, tens de aprender a ser um amor secundário. Sabemos que és Tu que mandas e acreditamos que há uma razão para tudo o que fazes, mesmo quando toda a gente se lixa, porque não nos deste cabeça para Te compreender. Esta deficiência foi uma decisão tua: não quiseste dar-nos a inteligência necessária. Mas deste-nos cabeça suficiente para Te dizer, cara a cara, que nos preocupamos mais com os entes amados do que contigo. Ajuda a Maria João, se puderes. Se não puderes, não dificultes a vida a quem pode ajudar. Faz o que só um Deus pode fazer: reduz-te à tua significância. Que é tão grande». O Amor é isto. Ponto final. Sem parágrafo. MEC, a Vida está contigo. E com a MJ. Tem de estar.

Comentários

Luis Roquette disse…
MEC,
Que confusão que vai nessa cabeça... Até se percebe, dada a doença da MJ e a vossa consequente e natural "deEsperança"...
Tenho a certeza que um dia vais dizer: "...como pude estar tão cego? como pude ofender-Te tanto?..."
Mas Deus, que escreve direito por linhas tortas e vos ama muito mais do que vocês imaginam, vai receber-vos sempre de braços abertos.
Aconteça o que acontecer.