Momento «Em nome de ti, ALA», dia 342.
Momento «Em nome de ti, ALA», dia 342: «Na sala de espera da radioterapia, havia revistas nas mesas que
ninguém lia, televisões para as quais ninguém olhava, raparigas de 18 anos com
cabeleiras postiças. E eu sentia-me rodeado de príncipes. Eles eram, eu não. Um
senhor de idade vinha de uma terra qualquer do Alentejo e a ambulância trazia-o
para Santa Maria. Vestia fato completo. Um fato cheio de manchas, com o
colarinho abotoado, mas sem gravata. Já tinha a magreza dos estados terminais,
uma cor horrível, e, quando o chamavam, avançava como se fosse um rei. Nunca vi
uma gravata tão bonita como aquela. Essa majestade, eu não tinha».
Comentários