O segredo. Sempre o segredo.
A entrevista de José Sócrates,
concedida, por escrito, e emitida ontem à noite na SIC, foi, para muitos, mais
uma redundância da defesa do ex-primeiro-ministro. Tirando o facto inédito de
uma conversa, por escrito, em televisão (Anselmo Crespo e Luís Garriapa
conseguiram tratá-la da única forma possível), na verdade José Sócrates lançou
poucas novidades ao que já sabemos e vamos lendo, aqui e ali, nos extensos
trabalhos jornalísticos que vão sendo divulgados a conta gotas. A questão do segredo
de Justiça, em que Sócrates insiste, nomeadamente as suas constantes violações
é, para mim, o lado mais importante deste caso. Em matéria de Justiça e
cidadania. Porque uma lei que persiste e é permanentemente violada continua sem
ser revista é a prova de que muita coisa vai mal neste país de justicialismos
bacocos. Isto vale para o mediático caso socrático como para qualquer cidadão,
que se vê a braços com a Justiça, sem mecanismos de defesa e violações
constantes do Direito. Ficamos à espera, de acordo com Sócrates, que a acusação
seja pública.
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