Legislativas 2015. Vencedores e vencidos? Só dia 4.






Hoje, no final do debate das rádios que opôs Pedro Passos Coelho e António Costa, um colega de trabalho, perguntava-me: “Então, quem ganhou?”. Respondi sinceramente: «não sei». E não sei nem quanto a este nem a todos os debates que se possam fazer. Simplesmente porque há questões em que ambos estão bem e noutras nem tanto. Já sabemos que «as cartadas tiradas da algibeira» e a assertividade dos argumentos são, sem margem para dúvida, decisivos na opinião formada no fim dos confrontos. Mas acho que resumir estes debates a vencedores e vencidos não faz nem nunca fez qualquer sentido. São as ideias, os projetos e as propostas que contam. Vencedores e vencidos existem no dia das eleições. E, neste aspeto, o debate desta quinta-feira foi, ao nível do conteúdo e substância, muito melhor que o das televisões. Os jornalistas, confesso, também ajudaram, porque estavam mais preparados, firmes na escolha criteriosa das perguntas e com vontade de fazerem um debate mais esclarecedor. A grande falha, uma vez mais, foi a Educação, tema tão importante para o futuro, e que ficou por discutir. Ao nível fiscal e da Segurança Social, ataques gratuitos de ambos à parte, hoje ficou a perceber-se um pouco melhor o que propõem os três partidos do arco governativo. Só quem não ouviu e/ou viu dirá o contrário. Que venha a campanha e que possam, de uma vez por todas, sair de ataques infantis, de propaganda partidária e acabem com birras que mais parecem de escola primária. Esse peditório há muito que está esgotado. Por fim, dizer que não me desagrou, de todo, este modelo radiofónico, mais do que televisivo. Funcionou, sem atropelos, bem conduzido e com aquela «aura» que só a rádio tem. Parabéns à TSF, RR e Antena 1 e aos seus jornalistas que colocaram o estrelato de lado e pensaram primeiro nos cidadãos/públicos.

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