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| Crédito: Portal do Governo |
As afirmações vergonhosas do ministro da Educação, Fernando Alexandre, não foram descontextualizadas, ao contrário do que diz. Além de não só não as negar, não percebe o quão grave elas se tornam. E elas foram muito claras. Apesar de a explicação ser a de que os gestores da residências, os gestores em geral, ignoram os pobres e a sua condição. A frase está dita e isso não pode ser ignorado.
“Quando metemos pessoas que são basicamente todas de rendimentos mais baixos a beneficiar do serviço público, nós sabemos que esse serviço público se deteriora”. E disse mais. Afirmou que “os estudantes bolseiros têm prioridade nas residências e só podem receber a bolsa com o valor do custo do alojamento fora da residência se não tiverem lugar na residência”, e a prática do Estado é “não misturar” e “pôr nas residências universitárias os estudantes dos meios socioeconómicos mais desfavorecidos”. “E por isso também, já agora, é que elas depois se degradam, por isso é que elas depois não são cuidadas. E é por isso, devo dizer, que pedi ao CNIPES [Conselho Nacional para a Inovação Pedagógica no Ensino Superior] que pusesse a reflexão essas ações, mas confesso que não estou nada otimista”.
Cremos que fica claro que o que o ministro pensa sobre a forma como se tratar portugueses pela sua condição económica. Fica ainda mais a nu a forma como o Governo se posiciona (já que para o bem e para o mal um ministro representa o Governo) em relação ao famigerado elevador social que cai bem nas bocas deles mas em saco roto na vida quotidiana das pessoas. Fica registado para que ninguém se esqueça. Ou talvez sim, já que a memória é muito curta neste País.

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