Apelo à (minha) classe: combater a má moeda!
Esta semana
quero falar-vos de um património rico que Abrantes tem há 18 anos.
Falo da
Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, escola que me acolheu no longínquo
ano de 1999, era eu uma imberbe jovem, com um sonho simples na bagagem: ser
jornalista. O sonho cumpriu-se, pelo menos, até hoje.
Na semana
passada, regressei à ESTA, a convite dos alunos do curso de Comunicação Social,
no âmbito dos seus encontros de comunicação, atualmente designados “Redes de
Comunicação”.
Foi ao lado
de Alves Jana, figura respeitada nesta cidade e fora dela, meu antigo professor
e que colabora com a Antena Livre há largos anos, que falámos da entrevista,
enquanto género jornalístico.
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Sessão decorreu a 16 de maio, no Sr. Chiado, em Abrantes. |
Na plateia,
alunos, professores e comunidade, com interesses diferentes sobre o tema.
Apesar das emoções, pese embora a realidade nua e crua que não pude deixar de partilhar com estes alunos, creio, com toda a convicção, que é possível agarrar os sonhos. Sei que é viável combater o estado negro de classe que existe e não podemos ignorar, mas acredito que é a partir da vontade de cada um que se poderá fazer escola e expurgar a má moeda que atualmente envergonha o jornalismo português.
Apesar das emoções, pese embora a realidade nua e crua que não pude deixar de partilhar com estes alunos, creio, com toda a convicção, que é possível agarrar os sonhos. Sei que é viável combater o estado negro de classe que existe e não podemos ignorar, mas acredito que é a partir da vontade de cada um que se poderá fazer escola e expurgar a má moeda que atualmente envergonha o jornalismo português.
É por isso
que regressar ao lugar de onde nunca parti, onde, coincidência à parte,
pertenço desde o berço, me fez pensar, na viagem de regresso entre Abrantes e
Lisboa, que os palcos de saber que, no Interior, ensinam o ofício da profissão,
são cada vez mais importantes.
Aqui, em
Abrantes, a 150 quilómetros da capital, há jovens com vontade. De ser
jornalistas. De ser o que quiserem.
É por isso
que Abrantes pode e deve envolver-se mais com a atividade e iniciativas da
ESTA. A comunidade tem, a seus pés, um elemento importantíssimo de
desenvolvimento social, e que pode, sem dúvida, aproveitar mais.
Por isso, e
apesar de todas as contrariedades que ainda se colocam ao ensino superior em
Portugal, e à classe jornalística em particular, quero dar os parabéns a todos
os que têm colocado no mapa o setor. Desde a ESTA, aos alunos e também aos
meios de comunicação social local e regional, entre eles a Antena Livre.
Um
agradecimento especial a Hália Santos, professora da ESTA, e a Alves Jana, por
continuarem a acreditar nas gerações mais novas e no seu futuro.
Que a
esperança, por cá, nunca se acabe.
*Crónica de 22 de maio, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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