Aldeias históricas: a portugalidade de cada um de nós
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Monsanto. |
Das
encostas da Gardunha, aos vales das serras da Estrela e Malcata, elas, essas
aldeias históricas, encravam-se no Portugal Interior de uma forma tão pujante
como maravilhosa.
O
tempo, e a ajuda dos agentes económicos, turísticos e municipais, deram um
empurrão no desenvolvimento na última década, não deixando que morressem à
medida que a desertificação ia chegando e que os velhos iam morrendo.
São
elas que também mudaram o destino português. Muitas localizadas junto às fronteiras
foram, outrora, ponto estratégico de defesa bélica, e são, em parte, o
resultado de construções coletivas de gerações inteiras e de reinados que as
povoaram e fortificaram.
O que começou por parecer um mero conjunto de
obras públicas, após anos de transformação lenta, acabou na recuperação total
de aldeias, não apenas enquanto espaços físicos mas também como lugares
simbólicos, capazes de promover a economia, de gerar emprego e estimular a
economia local.
A rede de Aldeias Históricas de Portugal é hoje, pode
dizer-se, uma empresa de sucesso.
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Linhares da Beira. |
Fez um trabalho notável de promoção de regiões e de recuperação
do património. Hoje, portugueses e estrangeiros, têm ao seu dispor
maravilhas deste país em estado natural.
De Belmonte a Castelo Novo, passando por Almeida, Castelo
Rodrigo, Monsanto, Sortelha, Piódão ou Linhares da Beira, só para citar
algumas, aqui há portugalidade, com a sua cultura, tradições e o seu ADN tão
peculiar.
Conheci-lhes esse sangue, uma a uma, ainda na fase em que se
renovavam para o Mundo.
Os rostos envelhecidos das gentes destas aldeias
ainda lá permanecem, naqueles lugares que são deles por direito, mas souberam
reinventar-se e hoje os anciãos cruzam-se com os milhares de visitantes que ali
vão à procura de uma aventura pelo passado e da alma da província portuguesa.
Graças a todos temos um país que recuperou a sua
maior riqueza: a portugalidade do Interior, a força viva de um povo.
E é por isso que esta crónica é um hino e um
convite para visitarem as nossas aldeias históricas e, queira o destino, o
serão até ao fim dos dias de Portugal.
*Crónica de 3 de setembro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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