Plástico: abdiquemos dele. De vez.
Não é ainda certo, mas depressa o saberemos se o será. Em 2019, comprar um saco de plástico em qualquer estabelecimento comercial irá custar 12 cêntimos.
Atualmente um saco de plástico custa oito cêntimos e, na verdade, nem
este custo demoveu ainda uma sociedade inteira a usar sacos ecológicos.
A medida, proposta pelo Partido Pessoas Animais e Natureza, foi aceite
pelo PS que a inscreveu no Orçamento do Estado para o próximo ano.
É uma boa notícia, já que este agravamento começa a ser substancial,
sobretudo para aqueles que ainda não estão consciencializados para o problema
do plástico.
Se irá levar a uma maior redução do consumo de sacos de plástico no
país não o sabemos mas é uma medida que aplaudimos com firmeza.
O mundo está cada vez mais contaminado e poluído com o problema do
plástico. E Portugal não é exceção.
De acordo com a Comissão Europeia cada cidadão europeu consome, em
média, 198 sacos de plástico por ano e, em Portugal, rondará os 466 sacos.
E a poluição que o ser
humano provoca só com o plástico é assustadora. Segundo estudos realizados pela
comunidade científica, são lançados anualmente nos oceanos cerca de oito
milhões de toneladas de lixo plástico e derivados.
Estima-se que grandes
quantidades de resíduos plásticos, cerca de 70 por cento, podem estar
depositadas no fundo dos oceanos, muitos deles fragmentados em pedaços tão
pequenos (como o pellet e fibras sintéticas) que não são captados pelas
análises convencionais.
O problema agrava-se
quando se lhe associa a questão das cadeias alimentares marinhas, que depois
entram no sistema de consumo humano.
E os números, à medida que os conhecemos, são negros: cerca de 70 por
cento de todo o lixo marinho é constituído por plásticos. Os restantes 30
correspondem a outros materiais como vidro, papel, metal, têxteis entre outros.
Precisamos, urgentemente, encontrar formas alternativas ao plástico.
Se não o fizermos continuaremos a comprometer o futuro do planeta onde vivemos.
*Crónica de 15 de outubro na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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