António Guterres: personalidade mundial 2020

António Guterres. 
É uma escolha muito pessoal minha. Primeiro, pelo seu intrínseco lado humanista que sempre lhe reconheci. Depois, pelo trabalho, tantas vezes silencioso, que tem feito enquanto Secretário-Geral das Nações Unidas.

Contudo, no ano da pandemia conhecida, António Guterres é para mim a personalidade do ano, a nível internacional, pelo seu insistente trabalho e alerta no que respeita às alterações climáticas.

Tem sido uma voz incansável. Tem sido dos gritos mais dolorosos que nos chegam. A crise do Coronavírus veio pôr ainda mais a nu a luta global sobre o clima.

Pede-nos união e solidariedade, que sejamos unos no combate e sabe, melhor que ninguém, que já não temos tempo para ter sucesso. Ainda assim, podemos ainda salvar alguma coisa.

A neutralidade carbónica em 2050 é a meta. Alguns chegarão lá. Outros, sabemos que não. A pobreza e as condições económicas são determinantes para essa estratégia que tem de englobar indústria, empresas, governos e sociedades, de forma transversal.

Ainda assim, para ele, esta é uma luta que não pode vacilar. As gerações futuras dependem, mais do que nunca, do que fizermos hoje. E esse desígnio tem de ser maior que o individualismo que teima em se sobrepor.

Terrorismo e refugiados (climáticos)

A sua luta contra o terrorismo e os seus anseios na crise dos refugiados que assola todos os continentes nesta última década são duas prioridades que têm marcado o seu mandato.

E porque isto anda tudo ligado, o Secretário-Geral da ONU sabe que serão eles, os refugiados, os primeiros a sofrer as consequências das alterações climáticas e do aquecimento global. Os ‘refugiados climáticos’ estão aí, muitos de nós é que ainda não reparámos.

Por tudo isto, Platonismo Político elege António Guterres como a Personalidade Internacional do Ano Negro de 2020.

Precisamos de mais como ele para nos despertar a consciência e para pensarmos que somos uma gota, com muita sorte, num oceano de desespero.

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