Covid-19: a escolha da mensagem (e do mensageiro) também é o símbolo do que queremos
António Sarmento, diretor do serviço de Infecciologia do S. João, no Porto. Foto: Paulo Pimenta/Público. |
27 de dezembro é um marco para muitos países europeus, que começaram este domingo os Planos Nacionais de Vacinação contra a Covid-19. Veja o Português aqui.
É apenas mais um passo, importantíssimo, para a recuperação das nossas vidas. Com muitos pontos de interrogação que ainda existem, é certo, mas não deixa de ser o 'passo'.
Portugal arrancou hoje também. Como já se esperava numa ação mediática programada. A diferença entre a mensagem dos diferentes países e dos seus governos é notória. Ainda que possa ser legítima, há alguns que fazem a diferença na mensagem que querem passar, em primeiro lugar, à opinião pública e aos seus cidadãos.
Escolho Portugal e Espanha, por serem países vizinhos, com uma longa tradição histórica de relacionamento entre si. Em Espanha, a imagem que quiseram passar no simbolismo do arranque da campanha foi a da importância dos seus idosos, dos que vivem em lares, dos mais frágeis.
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Pergunto eu: não teria sido também justo englobar neste dia simbólico um idoso, tendo em conta que os lares e instituições similares estão englobados na primeira fase da vacinação? Talvez não, mas o simbolismo do momento também diz muito daquilo que somos.
Que ninguém - mesmo ninguém - fique para trás. E que o meu país seja tão exímio em vacinar a população toda que queira tomar a vacina, como foi no arranque deste momento tão importante para a sociedade portuguesa. Assim o espero.
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