Fogo de artifício na Madeira: a irresponsabilidade política

Cabe aos políticos darem o exemplo. Serem a cara da responsabilidade. Mas, já o sabemos, nunca será assim. 

Estamos no meio da maior pandemia geracional do presente. Mas por cá, os maus exemplos continuam a lavrar, envergonhando quem, diariamente, luta em condições adversas. 

O Governo Regional da Madeira, qual vergonha na cara, decidiu manter o tradicional fogo de artifício de fim de ano no Funchal.

A conferência de imprensa para comunicar tal irresponsabilidade parecia saída de um filme cómico, não fosse a realidade uma tragédia. 

A incoerência foi o prato servido. O Secretário Regional do Turismo, a quem coube tamanha vergonha, começa por apelar às pessoas para que fiquem em casa, para, em seguida, anunciar, com mais pompa do que circunstância, que vão ser criadas mais de 2000 bolsas para um máximo de cinco pessoas podem assistir, na rua ao espetáculo.

Quando vi este triste circo, apeteceu-me bater nesta gente. Quando a Europa está confinada, proibida de festejar, quando em Portugal António Costa recua e dá mais uma machada na restauração no final do ano, quando as proibições se intensificam, há, no meio do Atlântico, quem ache que pode ser diferente, apenas e só, gratuitamente.

Pergunto-me: qual a razão imperiosa que leva estas almas a convidar a população a juntar-se na rua numa noite que, sabemos, é de excessos - confinada ou não - e com elevadíssimo risco de contágio?

Pergunto-me onde ficou a inteligência humana e aquele traço tão importante que nos resume chamado "sensatez".

Os políticos são o espelho da sociedade. Os seus exemplos também. E a Madeira dá o pior dos exemplos ao fim de tantos meses de experiência Covid. 

Desejo, profundamente, que os cidadãos sejam mais conscientes que os seus governantes e que não respondam ao apelo. Ainda acredito - a medo - nisso!

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