𝗟𝗷𝘂𝗯𝗼𝗺𝗶𝗿 𝗦𝘁𝗮𝗻𝗶𝘀𝗶𝗰: um Homem sem merdas


Conheci-o uma vez num evento em que ele estava como chef, eu como jornalista. Nunca mais falamos. Desde então, já passaram uns 10 anos, fiquei fã de Ljubomir Stanisic. É o meu preferido em Portugal. Se me perguntarem porquê, sei exatamente a razão. É um talento sem merdas. Que tem um perfil marcante e próprio. Talvez exagerado para muitos, mas até isso para mim, é natural. Porque quando percebemos que faz parte da sua personalidade, percebemos que o chef não pode dissociar-se da pessoa. Fazê-lo, como muitos fazem - legitimamente - é abdicar de sermos quem somos. No caso dele, acho que isso deu-lhe a piada toda. E gosto de gente assim. De carne e osso. Uns gostam, outros odeiam. É o que é. 

Quanto ao talento, esse,  é inequívoco e não precisa de descrições gratuitas. Mas também esse lado natural, a mim me encantou sempre nele. A última vez em que o vi foi no Rock In Rio Lisboa 2022, num evento onde se falava e cozinhava com insetos. Igual a si próprio, mantém-se no rumo, e continua a conquistar quem dele gosta. Isso também diz muito da pessoa que é. E, por mais voltas que dê, sempre que olho para Ljubomir, lembro-me inevitavelmente de Bourdain, o outro que me encantou desde miúda. Não sei sequer o que Ljubomir pensa dele. Sei apenas que ambos são dois gigantes da gastronomia mundial. Que me conquistaram. Pelo que são, pelo que construíram na indústria mas, talvez, porque gosto de personalidades fortes, sem as tais merdas, que hoje em dia varremos das nossas vidas profissionais porque é politicamente correto. Acompanham-me uma vida inteira. Um já cá não está, mas o outro estará, e por muito tempo, acredito. E é por isso que há dias, não me perguntem porquê, me varrem o pensamento. E é bom poder falar deles. Fazem bem ao seu público. A mim, farão sempre. Obrigada aos dois por isso.

📷 Facebook Ljubomir Stanisic

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