A Brasileira do Chiado: 118 anos de histórias, memórias e um País a fervilhar

Completa hoje 118 anos. Foi a 19 de Novembro de 1905, que no Chiado, num espaço que antes tivera sido uma camisaria, que havia de nascer um dos palcos mais icónicos da capital portuguesa. Nela muito se conspirou, aqui se delinearam combates políticos (como os revolucionários na instauração da República, em 1910), e claro, Almada Negreiros ou Fernando Pessoa, que nunca a dispensaram, tornando-a num ícone do Chiado, que, mais de um século depois ainda continua a ter no café o seu maior legado e sucesso.



Quem é turista, vai lá direitinho. Mas quem é português ou lisboeta, sabe que não ir à Brasileira do Chiado é quase como que uma infâmia na cronologia da vida.


A Brasileira não é só um nome, carrega consigo muitas outras histórias, atravessou épocas, muitos Governos e momentos decisivos do País. Palco maior de políticos, escritores, artistas é um espaço ímpar que, em 2023, continua a avivar as memórias e os sabores dos que nela não prescindem de lá passar. 


Criada por Adriano Telles, um ex-emigrante português no Brasil, que naquele país casou com a filha de um dos maiores produtores de café da região de Minas Gerais, voltou a Portugal e iniciou então o caminho para o sucesso dando o mote a uma casa que ainda hoje resiste.



Espaço verdadeiramente icónico da cidade de Lisboa, com uma arquitetura extraordinária, é um dos locais mais emblemáticos do Chiado, e continua a ser a imagem de um Portugal secular e ao mesmo tempo moderno, que nos aquece a memória histórica e nos agita a consciência futura.

Curiosidade: os óculos de Pessoa

Para os que não sabem, os icónicos óculos de Fernando Pessoa, e que já usava no tempo em que escreveu a ‘Mensagem’ (uma das suas mais soberbas obras), foram adquiridos em leilão à família do poeta, e estão em exposição n’A Brasileira do Chiado, ao dispor de todos os que visitam o espaço.




Nota: A Brasileira faz parte actualmente do Grupo ‘O Valor do Tempo’.


Fotos: A Brasileira

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