Henry Kissinger: um diplomata como já há poucos, para mim o maior do século XX

 Na foto, ao lado do antigo presidente norte-americano, Richard Nixon, durante uma viagem de 20 de Fevereiro de 1972, para a China. Foto: Reuters

Amado por uns, odiado por outros, Henry Kissinger marcou uma era na política mundial. O seu apoio a algumas ditaduras foi talvez a mais controversa parte do seu legado. Mas sem o seu natural talento para negociar, s relações EUA-China-ex-URSS, naquela segunda metade do século XX, não teriam sido as mesmas. 

'Diplomacia' foi a obra que mais me marcou, lida durante a Faculdade, e que é literalmente um tratado sobre as relações políticas mundiais e entre Estados. E, arrisco dizer, uma das obras mais importantes do século XX. Um livro 'assustador' (pelo seu número de páginas) e que analisa três séculos de história, de Richelieu - o pai do estado moderno - à nova ordem mundial, Kissinger vem mostrar como a diplomacia moderna nasceu das tentativas e experiências do precário equilíbrio de poder entre guerra e paz e de que modo a América, por vezes correndo riscos, recusou sempre os ensinamentos destas experiências. O retrato pormenorizado dos maiores dirigentes mundiais - de Gaulle, Nixon, Chu En-Lai, Mao, Gorbatchev - é soberbo, pela caneta de quem os conheceu como ninguém.

Morre aos 100 anos com uma vida que marcou muitos governos americanos e muitos políticos contemporâneos. Goste-se ou não, o seu talento nato para a diplomacia será sempre único. Com ele também apurei a paixão eterna pela Político, disso não tenho quaisquer dúvidas. 

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