Carlos Pinto Coelho: carta de saudade a um Homem irrepetível
Sabemos que falhamos quando vencemos. E que conquistamos quando perdemos. A vida será sempre um jogo de luz e sombras, com sentidos, uns inversos, outros labirínticos. Outros até com frases incompletas. É essa a essência de nós, matéria, desde o primeiro momento até ao último sopro.
Hoje, neste 18 de Abril saudoso, refletem-se em mim as cores de sempre. As gargalhadas de todas as eternidades. Os sonhos de todas as horas. 15 anos sem ti. Tortuosos. É demasiado tempo para construir um universo de saudade. E tempo a menos que não pude ter. Sempre contigo omnipresente. Nas manhãs mais coloridas, nas tardes tempestuosas, nas noites de decisões, nos meses e anos mais negros e nos mais desafiantes também. Nos jardins onde passeias há raízes que crescerão sem prazo para despontar. A luz que me deixaste continua a ser o farol da minha viagem. É o ponto que me orienta em cada travessia. Lá longe, no infinito do nosso abraço, haverá sempre desassossego, a voz do mestre e amigo, que sussurra para matar a saudade. A mesma que me sopra ao ouvido desde o dia em que nos tornámos pele e sangue. A mesma que me mantém serena depois da tempestade que te transportou para outra galáxia.
15 anos é muito tempo. Será sempre demasiado e incapaz de conter a saudade. Fazes hoje 81 anos. E eu, canto e danço, brindando a ti em cada júbilo de nova manhã. Tchim-Tchim a ti, meu querido Carlos! Enquanto resistirem os que te carregam no coração por este Planeta, haverá raízes tuas sempre a crescer e a manterem de pé a essência de ti, do teu legado e de todas as tuas longínquas batalhas de luz! Esta é uma carta de saudade eterna a um Homem irrepetível e de luz! 🩵
[Carlos Pinto Coelho: 18 de Abril de 1944 - 15 de Dezembro de 2010]. 15 anos sem ti, a vida inteira contigo.
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