Legislativas 2025: as eleições em que os políticos escolheram chorar
É oficial. Já tínhamos tido um início desta nova forma de comunicar há um ano. Mas estas legislativas de 2025 são já a campanha em que os políticos escolheram chorar. E digo escolheram porque é claramente uma estratégia de marketing e comunicação. Eficaz, como qualquer outra, mas inédita, pela forma como acham que esta arma pode colher votos. E pode.
Falo das inúmeras entrevistas que vários líderes partidários têm dado, nas últimas semanas, a programas das televisões generalistas no segmento do day time (programas da manhã e da tarde) em que o público que assiste é claramente de um segmento importante e vulnerável. Este tipo de entrevistas não tem qualquer discurso político, visa apenas e só, humanizar, torná-los pessoas comuns, com vidas iguais às do eleitorado, numa tentativa (nalguns casos) de obter compaixão. Quase todos eles, em certos momentos, choram. E mesmo que isso possa ser natural, se acontecer, melhor. Faz parte da mensagem política que tem um objetivo muito claro: sensibilizar as massas.
Esta nova forma de fazer campanha é, como já referi, inédita. E está a entrar numa certa normalidade da política em tempo de eleições. Em paralelo, no lado oposto, temos a intensidade das redes sociais, em que uns partidos e líderes, têm mais sucesso que outros. O caso de André Ventura é um bom exemplo e que de facto também tem feito caminho nesta nova Era de comunicação.
Em suma, estas são as eleições de viragem numa nova forma de comunicar, onde o tradicional e o moderno se fundem, em extremos opostos. A Ciência Política, decerto, já estará a produzir pensamento sobre esta realidade que, de um certo modo, não sendo inédita no mundo ocidental, chega, ainda que a conta gotas, a Portugal.
Comentários