Jorge Ferreira: um homem extraordinário que nunca esquecerei
Morreu há 16 anos. Parece ter sido ontem. E abandonou-nos cedo demais. Aos tenros 48 anos. Foi muita coisa na política. Um dos mais brilhantes líderes parlamentares do CDS na década de 90. Vice-presidente durante a presidência de Manuel Monteiro, e com ele havia de fundar, mais tarde, o Partido Nova Democracia.
Era extraordinário, dentro e fora da política. Foi fora dela que o conheci, nos bancos da Faculdade, onde não deixou ninguém indiferente. Pela sua inteligência, capacidade de diálogo, dom da oratória e mente brilhante sempre em efervescência. Foi com ele que aprendi a retidão, do direito, mas também a ética de uma profissão que, alertava ele, não ia dar tréguas e traria muitas dores de cabeça. Apesar disso, era o primeiro a incentivar-nos a ir em frente, a nunca desistir, mas sempre na linha certa da vida. Tinha um humor fora de série, como poucos ou nenhuns encontrei depois dele. Hoje, numa conversa com um amigo em comum, o nosso querido Carlos Caldeira, falamos de si, professor Jorge Ferreira. E partilhamos juntos o caminho diferente que teve nas nossas vidas.
Há homens e mestres que, por mais que o tempo queira, não partem. Guardo-os todos no caminho. Advogado intocável, marcou muitos daqueles que defendeu e também outros tantos que ajudou a condenar. A justiça estava-lhe entranhada na pele e soube, como ninguém, passá-la, de forma exímia, a todos quantos lhe passaram pelas mãos. Por fim, a sua gargalhada inesquecível, contagiante, e impossível de esquecer.
É por tudo isto que há uns que nos marcam mais que outros. O seu lugar, querido Jorge Ferreira, será sempre o mesmo: o das lutas que deixou bem vivas por cá. Um abraço e um piscar de olho daqueles que se vão repetir para sempre.
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