André Ventura: um líder em busca do caminho

André Ventura é um líder por estes dias em busca de respostas. Depois de ter ficado muito aquém das 30 câmaras que pensava ganhar nas autárquicas de 12 de Outubro, o Presidente do Chega vira-se agora para o Orçamento do Estado de 2026 e para a sua candidatura a Belém.

Foto: Facebook André Ventura


Mas as respostas que Ventura procura não são as razões pelas quais apenas ganhou três câmaras no País. O que Ventura gostava mesmo de saber é exatamente que mossa fará este resultado nos eleitores que em Janeiro votam para Belém. O primeiro erro do líder do Chega começa exatamente aqui, continuar a enfiar a cabeça na areia no que respeita à implantação autárquica. O poder local é uma das maiores conquistas da democracia e do 25 de Abril. Continuar a não apostar em quadros qualificados e base territorial partidária é praticamente não existir e, sobretudo, não cuidar do futuro, quando realmente se quer provar que somos um grande partido.

O impulso dos 60 lugares que as legislativas deram ao Chega e que o colocam no Parlamento como a segunda maior força política em Portugal não deviam ser favas contadas, porque tal como surgiram, também desaparecem quando a legislatura chegar ao fim.

Um dos problemas do Chega é estar dependente de um homem só. Um homem que decide ir a todas as frentes e que não cuida do crescimento estrutural e das bases. André Ventura devia saber disso melhor do que ninguém. Continuar a enfiar a cabeça na areia, ignorando os problemas internos – com casos e casinhos que agoniam – vai ter um custo político. E Ventura sabe disso. Mas, por agora, o terreno nacional é mais importante. Será ele capaz de obrigar os portugueses a irem a uma segunda volta para Belém? O tempo e os eleitores responderão. Com muita paciência, cautela e, quiçá, caldos de galinha! Boa semana a todos!

Crónica de 20 de outubro na Antena Livre. OUVIR

Comentários

Mensagens populares