COP 30: o Planeta não aguenta mais!
A COP 30 - Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas começou no dia 10 de novembro e termina na próxima sexta-feira, na cidade de Belém, Pará, no Brasil.
Dez anos depois do histórico Acordo de Paris, que deveria limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius acima da média histórica, percebemos que andamos de COP em COP apenas com discursos de boas intenções, mas sem qualquer resultado prático nos progressos que se pretendem no combate às alterações climáticas.
Esta COP no Brasil, que carrega o simbolismo dos povos indígenas da Amazónia e alerta também para a preservação de um dos maiores pulmões verdes do Planeta, corre o risco, como sempre, de ser mais um fracasso. Os três maiores poluidores do Mundo – China, Estados Unidos e Índia – estão ausentes e sem eles é impossível abrir caminho viável nesta luta global.
A isso somam-se as dificuldades de uma União Europeia, cada vez mais isolada, na luta contra o aquecimento global e a deparar-se com constrangimentos no financiamento para ajudar os países a implementarem medidas na luta climática global. Os países europeus mas também os em vias de desenvolvimento.
Os líderes mundiais dizem que estão a trabalhar no sentido de aumentar esse financiamento, nomeadamente no que respeita aos fenómenos extremos, incluindo inundações, ondas de calor e desafios de segurança alimentar. Mas tudo isso custa dinheiro e nem todos estão dispostos a financiar o peso das emissões dos outros e sobretudo daqueles que não querem assumir a sua responsabilidade.
Chegados aqui, estamos numa encruzilhada. E dificilmente sairemos dela sem os maiores poluidores se responsabilizarem, à cabeça, pelo problema.
Sem todos, todos, todos, a bordo, como dizia o Papa Francisco, não seremos capazes! Chega de palavras, ilusões criativas e compromissos vagos para parangonas de jornais.
Esgotaram-se todas as janelas de oportunidades! E não há
Planeta B! Hoje, questiono-me até se o Planeta A irá resistir! É hora de agir! Porque
ontem já era tarde e amanhã serão as gerações vindouras que herdarão um
problema mais grave do que aquele que hoje temos em mãos. Iremos a tempo? Eu
continuo a acreditar que sim!
Podcast de 17 de novembro na Antena Livre. OUVIR.



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