Presidenciais 2026: a elevação de Seguro versus a gritaria (mais baixa) de Ventura

O pontapé de saída dos debates das presidenciais 2026 não podia ter sido melhor. António José Seguro, com uma serenidade que vem de muita experiência política, deu um verdadeiro banho de democracia a um André Ventura habituado à gritaria. 

Seguro mostrou hoje aos eleitores porque razão é um candidato confiável: nas ideias que defende, no espaço ideológico que representa e no sentido de Estado que demonstra. E que não é de hoje. O mais curioso é que foi com educação e elegância (que me recorda aquela velha guarda política à moda antiga) que conseguiu imobilizar Ventura. 

Não me lembro, em frente a frente, de algum adversário ter conseguido obrigar o líder do Chega a ouvir sem circo. E a respeitar o tempo do outro. E a ouvir alguns factos que são difíceis de engolir. O desgaste de Ventura é cada vez mais notório. Estar em todas as frentes tem um custo político. E vai continuar a ter. 

Uma nota para salientar a forma como Seguro, de forma inteligente, tratou Ventura: "Sr Deputado". Foi um bom frente a frente para, pelo menos eu, ter saudades de uma forma de fazer política que já praticamente está extinta. A da linguagem certa num Estado de Direito Democrático que merece respeito. Ventura confunde-se com ele próprio e assim o será sempre. 

"O País só é grande quando o seu caráter moral é elevado". A frase, de Seguro, resume o que é uma eleição presidencial. Os portugueses que reflitam. E que façam as suas escolhas.