Desejos para 2026: uma Saúde (pública) digna

Neste final de ano, é tempo de balanços, de memórias, de reflexões. Num País que termina 2025 com muitos problemas por resolver, da habitação aos salários, passando pela Justiça e Educação, é na Saúde que se colocam os principais desafios aos portugueses. 



Estamos em mais um inverno que traz consigo os constrangimentos de sempre, e de ano para ano, parecem tornar-se cada vez mais complexos. Urgências fechadas, outras a abarrotar com dezenas de horas de espera, a saúde dos portugueses fica refém de um sistema que devia ser de auxílio, rápido e eficaz. É-o na maioria das vezes, justiça seja feita, mas também deixa a desejar com graves falhas que não deviam acontecer. Não só no socorro, como nos tempos de espera, seja para uma urgência, seja para uma cirurgia urgente. Por estes dias chegaram-me relatos de gente que, à espera de vaga para uma enfermaria, em corredores à pinha, nem almofadas nem cobertores existiam para tantos que esperavam para serem encaminhados. 

Quando chegamos a isto, alguma coisa falha, e falha todos os anos. Mas o que é uma almofada ou um cobertor ante a vida ou a morte? Nada. Mas é, sobretudo, simbólico quando se falha na falência (ainda que por momentos) de um setor que devia ser barreira intransponível num Estado de bem e de direito. 

Para 2026, o meu desejo para Portugal é só um: uma Saúde digna para todos. Porque todos, todos, todos, importam. E, nem todos, têm a capacidade de recorrer à saúde privada. Enquanto houver um português que seja vítima desta ausência de Estado, ninguém, mas ninguém mesmo, pode dormir descansado. 

Uma nota final para desejar a todos os ouvintes da Rádio Antena Livre um Próspero Ano Novo e, claro, com saúde, o maior bem que sustenta a vida humana.

Crónica de 29 de dezembro de 2025 na Rádio Antena Livre. Ouvir AQUI

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