Moçambique: um povo entranhado em mim



Falar de Moçambique é falar de um sangue que se entranhou em mim há muitos anos.

Por estes dias, em que, à distância, assistimos à tragédia de um povo, é difícil explicar o que se sente.
As dificuldades do país têm vindo, nos últimos anos, a ser combatidas.

Ainda muito longe do desenvolvimento humano digno, a verdade é que Moçambique vinha trilhando o seu caminho, ao seu ritmo e com o tempo necessário.

A fome, a pobreza, as doenças, o desenvolvimento de uma sociedade que passou décadas em desgraça, sabemos bem, não se dá de um dia para o outro.

Contudo, quando o clima, esse triste clima tão violentado por nós, decide mandar, não há nada que possamos fazer.

Foi o que aconteceu em Moçambique, no Zimbabué e no Malauwi.

Sou suspeita para falar de Moçambique. Porque passei por lá, vivi e convivi com os moçambicamos e só quem se entranhou naquele país consegue perceber a força desta união que atravessa uma África inteira.

Em 1985, 30 músicos portugueses lançaram "O Abraço a Moçambique", no âmbito de uma campanha que se destinava a recolher apoios para ajudar o país.

Em 2019, o Mundo tem obrigatoriamente de voltar a abraçar Moçambique. Nesse abraço cabe amor, esperança e uma resiliência infinita que, sei, o povo moçambicano tem de sobra.

*Crónica de 25 de março, na Antena Livre, 89.7 Abrantes. OUVIR

Comentários

Mensagens populares