Personalidade política do ano. José Sócrates.


E a Figura do Ano do Platonismo Político é...José Sócrates. O antigo primeiro-ministro marcou, definitivamente, o ano político nacional. Primeiro, porque a orientação da política dos seus governos acabou por ser o último passo para o pedido de ajuda externa - tardio - do país. Depois, porque claramente foi José Sócrates o homem que segurou as pontas no último e derradeiro momento e evitou que a Nação declarasse bancarrota. Sempre fui muito crítica da acção governativa socrática. Muitos erros se cometeram, mas também outras decisões foram tomadas de forma séria. O avanço das grandes obras públicas, a negação do défice, o aumento da despesa, a criação de institutos e poleiros para os «caciques» partidários, a omissão das contas e a criação de programas na área da Educação e da Saúde que  não resultaram em nada e apenas serviram para gastar o dinheiro dos contribuintes. Porém, também houve apostas positivas. A aposta nas renováveis foi uma delas, o combate a alguns corporativismos em sectores fulcrais da sociedade portuguesa, como a Justiça e a Educação, e até mesmo a melhoria das relações externas foram algumas das áreas onde o «socratismo» venceu. José Sócrates não é, de longe, o melhor primeiro-ministro que a Era Democrática teve. Seguramente teremos dificuldade em escolher o melhor. Mas, para o bom e para o mau, é ele a nossa escolha.

Comentários

JKL disse…
A melhoria das relações externas com Khaddafi e com o Hugo Chávez... não foi exactamente recomendável. A aposta nas renováveis tem muito o que se possa dizer, e o ataque ao corporativismo foi um autentico fiasco!
As intenções podiam ser boas, mas a concretização... pela Santa, pior era muito difícil.
Ana Clara disse…
É certo que há fragilidades nas coisas e, sobretudo, nas intenções. Mas também, por vezes, há muita dificuldade em reconhecer algo bom numa manta de erros indesculpáveis. As relações com a UE, o Brasil e até mesmo com os países irmãos da CPLP melhoraram muito. Quer se queira, quer não. Mas isto é só a opinião de uma leiga. .. ;-)
JKL disse…
Pois... eu tenho a opinião de um contribuinte "esmifrado até ao tutano" para pagar dívidas de coisas que nem sei bem o que são... que não vou usar... enfim. Tenho opiniões muito minhas que podem ser consideradas radicais ou subversivas, mas a verdade é que enquanto continuarmos a nadar na paz podre do políticamente correcto não conseguimos mudar nada. E o problema que temos é simples: falta de tempo.
Ana Clara disse…
Nisso estamos completamente de acordo|
JAMaltez disse…
José Sócrates merece a distinção. Porque conseguiu não ser o coveiro do regime.
Anónimo disse…
os sistemáticos embrulhos de chavez com ditadores como khadaffi tem muitos nomes. Um deles é cedência ao politicamente correcto. Chavez dá dignidade e comida aos pobres, com o dinheiro da nacionalização dos lucros do petróleo, ganha eleições de modo limpo e ainda resiste aos golpes de estado perpetrados pela banca, imprensa venezuelana e EUA.

mas contra o governo golpista das honduras não se ouve uma voz.
A meu ver, o caso de Khadaffi é o mais bizarro. Este, passou de herói a vilão. Nem na banda desenhada...