«A vida matou o sonho que sonhei».
«Sonhei um sonho em tempos de outrora quando havia esperança
e a vida merecia ser vivida. Sonhei que o amor perduraria para sempre, sonhei
que Deus seria piedoso. Mas os tigres surgiram na noite com vozes suaves como
relâmpagos. Sonhei que a minha vida seria tão diferente do Inferno que vivo.
Tão diferente do que parecia ser. A vida matou o sonho que sonhei».
Podia ser
um hino às dificuldades dos portugueses, podia…mas todos sabemos que não é. Les
Misérables, de Victor Hugo, estreou em Portugal. Uma adaptação do conhecido
musical, trazida agora para o palco cinematográfico por Tom Hooper e
interpretado por Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway e Amanda Seyfried.
Tecer considerações sobre o filme que acabo de ver é demasiado injusto para um
trabalho imenso onde muito suor cai a cada diálogo, a cada pano musical.
I Dreamed a Dream, Bring Him Home, One Day More e On My Own
são alguns dos temas que encantam o espectador quando regressa à obra maravilhosa - e dura de ler - de Victor Hugo, passada na França do século XIX.
O que sempre me comoveu na
literatura de Victor Hugo é simples: a forma simples como ele consegue, através
da palavra, tocar no mais profundo vale do ser humano.
Também no filme o sentido das palavras amizade, amor,
sacrifício, liberdade e perseverança nos motivam para encarar o futuro incerto
que temos à frente. Mesmo à luz do tempo de Hugo, na verdade, morrer pelos
ideais às vezes é mais do que o corte físico com este planeta onde habitamos. É
nem mais bem menos que uma forma de vida. De estar na vida.
E em «Os Miseráveis», mesmo não chegando a alcançar a fasquia que esperava, fica a sugestão platónica: não deixem de ver nos cinemas este grande filme, que, cheira-me, está a caminho dos Óscares.
E em «Os Miseráveis», mesmo não chegando a alcançar a fasquia que esperava, fica a sugestão platónica: não deixem de ver nos cinemas este grande filme, que, cheira-me, está a caminho dos Óscares.
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