Scorpions: Coming Home to Portugal 2025. Só para os crentes do rock!
Há noites que simbolizam toda uma vida. Há dias em que nos espera aquilo com que não contamos. Há momentos transformadores, que estão destinados a serem especiais. Esses, são mesmo os melhores, que se entranham, que nos esventram, que estão condenados a começar e a não terem fim.
Continuam a não faltar acrobacias de puro rock com as guitarras afinadas e as famosas declarações de amor de Klaus Meine ao público português, um dos que mais lhes deu nestes 60 anos de rock. Foi isso que o público no MEO Marés Vivas, em Gaia, recebeu esta sexta-feira, 18 de Julho, da banda que vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o Mundo.
Curiosamente no mesmo dia, em 2022, estavam no MEO Arena em Lisboa, onde não faltámos, claro está! Ontem, numa Tour dedicada aos 60 anos, e numa produção sempre muito escorreita e bem executada, muito semelhante à do ano passado no Rock in Rio Lisboa, nota para a abertura que têm repetido nas últimas semanas, com um vídeo de entrada que recorda imagens da banda em cidades como Las Vegas, Rio de Janeiro ou Paris.
Num ano especial, a Coming Home World Tour assinala seis décadas, onde ainda muitas surpresas irão acontecer, incluindo um filme biográfico que estreia no segundo semestre.
When You Know (Where You Come From)
Para mim, é sempre o último, como assim tem sido ao longo dos últimos dez anos. Não sei se chegarei ao meu número 30 (em Portugal e na Europa) mas já se tornou uma religião e este concerto em particular foi, sobretudo isso, sentir que não podia faltar. Que tinha apenas de estar. Entre o alinhamento de sempre, que já conheço de cor, os meus encontros com os Scorpions servem, acima de tudo, e cada vez mais, para matar a palavra saudade, para lhes agradecer, agradecer o caminho que fizeram comigo sem o saberem. São a banda (sonora) dos meus 43 anos. Fizeram parte de todos os momentos felizes e mais negros da caminhada. Foram e são um dos grupos mais carismáticos em todo o Mundo. Isso tem uma explicação. Eu também tenho a minha, mas isso, isso, já não interessa nada.
A forma como se mantiveram unidos (Klaus Meine, Matthias Jabs e Rudolf Schenker, os três grandes fundadores e maestros que resistem sem queixume) é bem capaz de ser o segredo disto tudo e que nos vão dando, quando podiam bem já estar sossegados.
Neste julho de 2025, não esqueceram o público português, não esqueceram que este foi e é um País que os reconhece, que lhes faz uma vénia, mesmo que a voz de Klaus já lá não esteja, mesmo que a vitalidade já esteja na tumba, mesmo que outros sejam agora as estrelas do seu tempo.
Os rapazes de Hannover podem descansar finalmente. Num sossego derradeiro que há muito já devia ter chegado. Que se celebrem os 60, que continuem até ao fim a dar ao público as memórias de uma vida.
Releia todos os artigos sobre os Scorpions no Platonismo Político, acedendo aqui.
Ver vídeos da banda aqui.
Alinhamento MEO Marés Vivas 2025:
- “Coming Home”
- “Gas in the Tank”
- “Make It Real”
- “The Zoo”
- “Coast to Coast”
- “Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train”
- “Bad Boys Running Wild”
- “Delicate Dance”
- “Send Me an Angel”
- “Wind of Change”
- “Loving You Sunday Morning”
- “I’m Leaving You”
- “New Vision”
- “Tease Me Please Me”
- “Big City Nights”
- “Still Loving You”
Encore:
- “Blackout”
- “Rock You Like a Hurricane”
Comentários