O inevitável.

Pedro Passos Coelho anunciou ontem ao país o inevitável. As medidas ontem comunicadas aos portugueses num dos discursos mais longos do seu mandato são duras? São. Mas à excepção dos reformados, todas as outras, respeitantes à Administração Pública há muito que deviam ser tomadas. Aproximar o sector do Estado do privado, em termos laborais, era óbvio, não só nas horas de trabalho mas também na eficiência do próprio Estado. Nenhum país residual como o nosso aguenta manter 700 mil funcionários públicos, com regimes de benesses extraordinárias como tivémos durante décadas. É um flagelo social o novo modelo de mobilidade? É. E podia ter sido minimizado, se o Primeiro-Ministro tivesse começado por aqui quando em Junho de 2011 foi eleito, sob um Troika «mandona». Só lamento os reformados - onde sempre achei e continuo a achar que deviam ser intocáveis - voltem novamente a ser atacados. Não posso aceitar que um português que trabalhou a vida toda, celebrou um contrato com o Estado, cumpriu com os seus descontos, continue a ser roubado desta maneira. Não aceito e nunca vou aceitar. Subir a idade da reforma sem penalização para os 66 anos é estrutural. Sabemos todos que teremos de trabalhar mais anos e sem saber muito bem se teremos ou não uma miséria de reforma. Contudo, este país chegou ao fim da linha, fruto dos desvarios dos que nos (des)governaram. E são esses, como defendeu um dia Pedro Passos Coelho, que deviam estar no banco dos réus, acusados de criminosos. Até lá, espero que haja esperança, porque o meu país não pode morrer assim. 

P.S. - Nota negativa para um primeiro-ministro que continua a ignorar a taxa dramática do desemprego.

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