O cidadão José Sócrates.


Os últimos dias mostraram o pior lado de um País. Ódios, vinganças, comentadores especialistas em Direito, jornalistas justiceiros, opiniões para cá e para lá. A Liberdade e a Democracia é isto. Sim é. Mas os limites para o exercício desta liberdade há muito que ultrapassaram o razoável. O único facto que existe, qual é? O comunicado da Procuradoria, datado de 22 de Novembro. Onde apenas a verdade que pode ser dita e comentada são investigações «suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção». O julgamento público, do tal Povo que tantas vezes eu defendo, está feito. Mas desta vez, infelizmente, não posso defender o Povo. Um Povo que, livremente, opina, comenta sem conhecer a situação do cidadão José Sócrates. Porque é apenas isso que o antigo primeiro-ministro ainda é. Um cidadão. A História (que ainda não conhecemos) fará o resto.

P.S. - Declaração de Interesses: sempre fui, publicamente e enquanto cidadã, crítica de José Sócrates na sua condição política e partidária. Pouco o defendi em tantos anos no poder. Acompanhei, enquanto jornalista a sua ascensão a secretário-geral do PS (naquelas directas de 2004 contra Manuel Alegre e João Soares) em que anunciava uma nova «Esquerda Moderna». Por isso, não é gratuita a opinião que tenho  à luz dos acontecimentos dos últimos dias. Qualquer outro cidadão, na mesma condição, merece algum respeito pelo tal Estado de Direito.

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