À descoberta do Parque Biológico da Serra da Lousã

O Parque Biológico da Serra da Lousã, numa quinta rural, promove desde 2009 a preservação da natureza e espécies locais. Um lugar que convida, também, a vivências de outrora, às artes e ofícios tradicionais, ao património e à gastronomia, com destaque para a chanfana.

Texto: Ana Clara | Fotos: Parque Biológico da Serra da Lousã

É na Quinta da Paiva, próximo de Miranda do Corvo, que os visitantes podem apreciar algumas das mais interessantes características do território. 

O Parque Biológico da Serra da Lousã abriu portas em 2009, propriedade da Fundação ADFP -  Parque Biológico da Serra da Lousã, «e onde já se desenvolviam algumas atividades terapêuticas no apoio à deficiência e doença mental», explica Jaime Ramos, presidente do Conselho de Administração daquela Fundação.

Aqui, preserva-se a natureza e espécies autóctones, «com especial preocupação para as selvagens nacionais e raças portuguesas em vias de extinção». Mas também a «promoção da cultura e dos valores humanos».

O visitante pode encontrar uma área de vida selvagem com espécies animais, algumas em vias de extinção. Entre os animais que o parque acolhe está o lobo, a raposa, o lince, o urso pardo, o javali, o gamo, o corso, o veado.

No Parque há ainda um Centro para Aves Irrecuperáveis e Aquários.

Os visitantes têm ainda a oportunidade de visitar uma Quinta Pedagógica e um Centro Hípico para a prática equestre ou equitação terapêutica.
 «Em 2004, Portugal esteve pela primeira vez representada em equitação adaptada nos Paralímpicos de Atenas com uma equipa deste Centro Hípico.

Em terra de viveirista aparece o único Labirinto de Árvores de Fruto no mundo, um roseiral e uma horta comunitária», realça Jaime Ramos.

Mas «as vivências de outrora, as artes e ofícios tradicionais, o seu património, são reflexo de uma sociedade rural, modesta, diretamente ligada ao desenvolvimento de princípios de sociedade e que fazem de “Miranda do Corvo - Terra Solidária” (marca registada da Fundação ADFP para os produtos por si produzidos, como o vinho, a jeropiga e o mel)».

No âmbito do património cultural, «o Parque Biológico da Serra da Lousã é um pólo do EcoMuseu Territorial, porque integra um conjunto de equipamentos que conservam testemunhos e práticas do passado», acrescenta Jaime Ramos. 

Museu Vivo de Artes e Ofícios

Há ainda um Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais com oficinas de artesanato (olaria, vidro, cestaria, vime, tecelagem e sapataria). O espaço é visto como uma «homenagem às práticas artesanais, que há longos séculos fizeram de Miranda do Corvo um importante centro manufatureiro, e cujas técnicas hoje estão em desuso».

«A olaria, conhecida a sua existência no nosso concelho desde o século XV, é muito estudada e retratada por autores. Denominada de Capital do Barro Vermelho, Miranda do Corvo foi onde nasceu o elegante asado popularizado pela tricana de Coimbra. Composto por oficinas - olaria/vidro, vime/cestaria/empalhamento de vasilhame, tecelagem e sapataria - as técnicas e ferramentas utilizadas são as mais ancestrais, e a venda dos produtos feitos através de duas lojas, uma no Parque Biológico da Serra da Lousã e outra em Coimbra, na Rua da Sofia, Património Mundial da Humanidade», informa o responsável.

No Parque há também vários mecanismos de rega e moagem tradicionais movidos a água, vento, força humana ou animal. «E o Museu da Tanoaria, uma coleção de cem peças numa homenagem aos tanoeiros de Portugal», informa.

A gastronomia também não é esquecida e tem destaque no Restaurante Museu da Chanfana, cujo nome, explica Jaime Ramos, «constitui uma homenagem à nossa mais tradicional gastronomia assente no aproveitamento carne de cabra velha, no entanto com ementas diversificadas que passa pelo tradicional e contemporâneo».

Restaurante Museu da Chanfana


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