Europeias 2024: transparência e fim das actividades paralelas

No próximo dia 9 vamos às urnas eleger 21 deputados para o Parlamento Europeu.



Já sabemos que são das eleições mais difíceis em relação à abstenção. Somos dos países que menos vota para a União Europeia.

São muitos os factores que explicam o facto. Mas hoje vou deter-me numa realidade que talvez não ajude e que também é preciso encarar de frente.

Falo das actividades paralelas dos eurodeputados. Um estudo recente da Transparência Internacional junto da União Europeia indica que 60% dos deputados do Parlamento Europeu declararam actividades externas que vão desde a ocupação profissional a cargos em órgãos sociais de empresas ou outras organizações.

No total, os 751 eurodeputados declararam 1366 actividades, um aumento de 13% desde o início do mandato em 2014. 31% dos deputados europeus têm, neste momento, actividades paralelas remuneradas e 49 eurodeputados iniciaram novas funções desde o início do mandato, quatro dos quais ganham mais de 100.000 euros adicionais por ano.

Actividades que geram elevados rendimentos estão habitualmente ligadas a grupos de interesse, e quando se iniciam durante o mandato apresentam um risco maior de conflito de interesses. Tudo isto potencia a parcialidade, colocando em risco as razões pelas quais são eleitos: a defesa dos cidadãos. 

Votar no próximo dia 9 é, pois, exigir a vigilância sobre a confiança que vamos depositar. Também por tudo isto não podemos ficar passivos. Votemos mas tambem fiquemos atentos a quem escolhemos. Esse escrutínio é fundamental para a decisão seguinte. Não vergar é a única solução para exigir respeito e seriedade em cada voto depositado nas urnas! Depende de nós. E não de mais ninguém!

Podcast/Crónica de 3 de Junho na Antena Livre. OUVIR

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