«Esbanjou-se, agora é preciso poupar»
«O Estado português chegou à falência porque sucessivos governos andaram a esbanjar o dinheiro dos nossos impostos, favorecendo os amigos. Agora que é preciso poupar e proceder a cortes na despesa, não se admite que sejam os mais humildes e a classe média a sofrer os maiores sacrifícios. Os cortes devem ser drásticos, sim, mas nos privilégios. A primeira medida a tomar consiste na imediata reestruturação da dívida pública. Há que substituir os contratos ruinosos celebrados nos últimos meses, por taxas mais favoráveis, da ordem de 3%. Importa também renegociar todas as parcerias público-privadas, pois as rentabilidades garantidas em alguns destes negócios atingem valores escandalosos, superiores a 14%, como acontece nas SCUT. Impõe-se ainda reduzir, pelo menos para metade, as rendas imobiliárias que o estado paga neste momento.O mercado imobiliário está em baixa e as rendas nos privados em queda. Além de que muitos contratos foram celebrados numa lógica de favor do estado aos proprietários, inflacionando os valores. Finalmente, deveria acabar-se de vez com o actual modelo de formação profissional. A maioria das acções actualmente em curso limita-se a manter os formandos ocupados e subsídio-dependentes. São medidas deste tipo que se impõem. Que acabem com esta permanente sangria de dinheiros públicos para a mão dos privados amigos do regime».
Paulo Morais. Renascença.
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