Resgatar o mar português é preciso!


No sábado, 16 de Novembro, comemorou-se o Dia Nacional do Mar. Provavelmente poucos foram os portugueses que deram por isso. O mar, esse que tanto idolatramos em tempos estivais, tem sido muito maltratado por este país. Durante as últimas décadas, tanto o poder político como os cidadãos, descuraram o melhor que podiam retirar dele. E fiquem descansados que, esse melhor, não é, de todo, os famigerados 15 dias de férias na costa atlântica. O mar português precisa ser relançado. E urgentemente. A economia do mar, descoberta recentemente, como se fosse a pólvora, pelos nossos queridos governantes, tem de ser uma prioridade nacional. Que ninguém duvide disso e que tal facto não fique apenas registado nos discursos de retórica política.
É bom não esquecer que o valor económico das actividades ligadas ao mar consideradas na economia portuguesa ronda os 2% do PIB e emprega directa e indirectamente cerca de 100 mil pessoas. O que muitos agora chamam de hypercluster da Economia do Mar tem de se assumir como uma força catalisadora, capaz de organizar e dinamizar um conjunto de sectores com elevado potencial de crescimento e inovação e capacidade para atraírem recursos e investimentos de qualidade, nomeadamente externos. Tenho percorrido a costa portuguesa nos últimos anos. Tenho visto, pessoalmente, em como as nossas capacidades, nomeadamente, no sector da pesca estão asfixiadas. E é bom que quando se pense na estratégia, a pesca seja tida em grande conta, já que o manancial nunca se perdeu, está lá, e bem vivo, no seio das comunidades piscatórias.
Se somos bons nisto, estamos à espera de quê para arregaçar as mangas e suar que nem loucos neste manancial de oportunidades que é o mar? Haja vontade. Com isso, não tenho dúvidas de que o passado descobridor que a todos nos orgulha regressará em força. Sejamos nós capazes disso.

Crónica, de 18 de Novembro, Antena Livre, 89.7, Abrantes.

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