Cartaxo: «memórias fotográficas» cataloga história local
Preservar e catalogar a memória coletiva do Cartaxo. Estes são os principais objetivos do projeto-piloto intitulado «Memórias fotográficas do Cartaxo», impulsionado por três jovens desta cidade ribatejana. A iniciativa começou em janeiro de 2013, e já conta com milhares de fotografias e documentos, oriundos de múltiplos arquivos fotográficos locais. Replicar o conceito a outras localidades é uma das intenções futuras dos mentores destas Memórias.
Naturais do Cartaxo, têm em comum, «o amor à terra e à fotografia». A frase é de Carlos Gaspar, um dos autores da iniciativa «Memórias fotográficas do Cartaxo», e que, juntamente com Rui Bernardo e Telmo Monteiro, trabalha na recolha, digitalização e preservação de fotografias antigas do concelho.
Um trabalho «de partilha», como lhe chama Carlos Gaspar, já que depois do trabalho de digitalização «as pessoas podem registar-se no site e catalogar “memórias”, que mais não são do que identificar pessoas, locais, realidades, ajudando, assim, a preservar memórias locais».
E dá um exemplo: «conhecemos o caso de uma senhora, de 70 anos, uma das mais activas participantes do projecto. Todos os dias passa uma hora do seu serão, com a mãe, de 90 anos, a catalogar e a ajudar a identificar pessoas, locais, realidades. E diz sempre que encara o “Memórias” como um desafio à sua memória e à da mãe. E isto é muito gratificante e valioso».
A iniciativa nasceu em janeiro de 2013, quando os três cartaxenses começaram a divulgar o projecto através dos órgãos de informação local e numa página criada para o efeito na rede social Facebook.
A partir daqui, e depois de vários contactos com algumas coletividades do concelho e particulares, «percebemos que a adesão e disponibilidade das pessoas para colaborarem no projeto era imensa».
O sucesso levou-os à criação do site (em Julho de 2013), espaço onde atualmente disponibilizam cerca de duas mil fotografias e documentos, oriundos de múltiplos arquivos fotográficos do Cartaxo, com fotografias que vão desde a década de 1860 até à atualidade.
Com a ajuda da comunidade e das coletividades já têm milhares de “memórias” registadas, «com nomes de cartaxeiros de várias gerações identificados nas fotografias».
«Documentos e memórias valiosos quer para o património, quer para o concelho», considera Carlos Gaspar.
O site, acrescenta o responsável, «permite a colaboração de todos os internautas no projeto», sendo que os utilizadores «podem realizar o upload de fotografias e colaborar na catalogação das fotografias, através do registo livre de “memórias”, construindo-se assim um grande álbum coletivo e estabelecendo-se como um museu-vivo da história local».
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