Alta velocidade: uma miragem eterna à boa moda portuguesa

Avelia Horizon da Alstom

A campanha eleitoral está aí. Entre tantos temas, ataques e contra-ataques, detenho-me nas obras públicas, que tanta celeuma vai dando, entre aeroportos e ferrovia. No caso da ferrovia, e da alta velocidade, sinto, há anos, que vivo num País de terceiro mundo. 

Questiono-me a razão pela qual andamos, há décadas, a falar nela e nunca se tenha avançado, à séria, para uma linha de alta velocidade como o País e todos merecemos. Espanha, aqui ao lado, está a anos-luz de nós. Entre promessas que vão e nunca chegam, olhemos para o caso de Marrocos, aqui ao lado também, mas já noutro vértice continental. 

Marrocos está muito à frente de nós. Em 2018 inaugurou a sua primeira ligação de TGV entre Tânger e Casablanca, via Rabat. Obviamente que com parcerias e acordos com a França em múltiplos setores, nomeadamente o das Infraestruturas. 

Esta semana foi anunciada a expansão da linha de alta velocidade desde Tânger até Marraquexe, que vai melhorar substancialmente a conectividade entre as principais cidades marroquinas (incluindo também Rabat e Casablanca), reduzindo significativamente os tempos de viagem e minimizando a pegada de carbono. 

A Alstom, que lidera na mobilidade inteligente e sustentável, vai fornecer 18 comboios Avelia Horizon, para a expansão da rede ferroviária de alta velocidade marroquina. Isto é ter uma estratégia. Isto é melhorar a vida dos cidadãos e encurtar ligações em distâncias maiores. Em Portugal, quando teremos uma verdadeira linha de TGV com ligações à Europa Ibérica, Central e quiçá, a Norte? Talvez sejam precisos mais 50 anos de democracia. Talvez!

Comentários