Mario Vargas Llosa: partiu o eterno Príncipe da caneta

Sashenka Gutierrez/EPA


Faz parte da lista de escritores com quem cresci, que cedo me despertou interesse. Inicialmente pelas suas intensas e crónicas ímpares nos jornais (que lia com muito entusiasmo no El País). 

Hoje acordei com a notícia da sua morte. E é como se nos arrancassem parte da pele que nos protege.

Foi determinante na corrente sul-americana e mundial, com inúmeras obras com impacto histórico e político. Disse sempre que é como escritor que quer ser lembrado a vida inteira. E depois dela. Sê-lo-á. Não duvido. 

A sua escrita é uma corrente de luz para os que ficam. Não li todas as suas obras, mas acho que devorei quase todas. A mais marcante, a sua ‘Conversa n’A Catedral’, onde descreve, como ninguém a estrutura social e política do seu Peru. 

Nobel da Literatura em 2010, Vargas Llosa marcou uma geração literária, décadas e décadas de leitores que chegavam e nunca partiam da sua obra. Agora, que se junta a um outro que por aqui também é rei – Gabriel García Márquez – espero que se reconciliem na eternidade. Ainda que ambos tenham sabido em vida, além das divergências que todos conhecemos, reconhecer a genialidade um do outro, é uma boa hora para darem o grito da paz nos jardins onde, provavelmente, se irão encontrar. Que a viagem seja leve, Mario! Foste e serás sempre um génio entre os maiores e o eterno Príncipe da caneta!

[28 de março de 1936 – 13 de abril de 2025]

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